
Fronteiras do Arcebispo: a casa de Dom Helder Camara
2018; Volume: 1; Issue: 2 Linguagem: Português
10.25247/2595-3788.2018.v1n2.p431-459
ISSN2595-3788
AutoresNewton Darwin de Andrade Cabral, Cícero Williams da Silva, Lucy Pina Neta,
Tópico(s)Urban Development and Societal Issues
ResumoA partir da última casa habitada por Dom Helder Camara (anexa à Igreja das Fronteiras, no Recife), o artigo estuda o quanto aquela residência foi emblemática em sua perspectiva de não encarar limites como intransponíveis, mas, ao contrário, enxergar a possibilidade de ampliá-los ou aboli-los. Assim, foram abordados três eixos: o primeiro explora aspectos da construção, desde a capela primitiva, localizada na fronteira da estância de Henrique Dias, até quando, após visita do Imperador Pedro II, ela recebeu o título de Capela Imperial; o segundo trata das inquietações de Dom Helder que, ao assumir a Arquidiocese local, morou no Palácio Episcopal embora desejasse despojar-se daquele simbolismo de poder. Foram percorridas as opções cogitadas e a escolha da Igreja das Fronteiras, investigando tanto o alcance da mudança representando rompimento de limites, quanto a ampliação do seu testemunho de bispo coerente com debates e compromissos firmados intra e extra Concílio Vaticano II. Tudo é analisado sob o prisma do lema do seu episcopado – Em tuas mãos! –, inclusive seu posicionamento quando muros da Igreja foram alvejados e ele experimentou a iminência da morte enquanto última fronteira. Como consequência, o local passou a demarcar outra extinção de divisas ao tornar-se referência para visitas de estadistas, religiosos, artistas e gente do povo; o terceiro analisa os processos pelos quais passou a igreja – tombamento (1947), inventário dos bens (2003) – e o reconhecimento como Casa-museu, condição atual da residência do falecido arcebispo, conferida também pelo fluxo regular de visitantes e pelas exposições permanentes nela realizadas acerca do legado helderiano.
Referência(s)