Donas, pretas livres e escravas em Luanda (Séc. XIX)
2018; Editora da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (EDIPUCRS); Volume: 44; Issue: 3 Linguagem: Português
10.15448/1980-864x.2018.3.29583
ISSN1980-864X
Autores Tópico(s)History of Colonial Brazil
ResumoLuanda, a capital da colônia portuguesa de Angola, era uma cidade de maioria feminina em meados do século XIX. A população feminina era composta de donas, pretas livres e escravas que ocupavam espaços diferenciados nessa sociedade colonial. As filhas da elite luso-africana eram desde a infância reconhecidas como donas, refletindo seu status social e econômico. Ao longo da vida, elas acumulavam escravos, terras e objetos de luxo através de heranças e da participação no comércio local e de longa distância como mercadoras e intermediárias entre comerciantes estrangeiros e fornecedores africanos. As pretas livres buscavam oportunidades no comércio ambulante como quitandeiras e oferecendo serviços aos habitantes da cidade. Escravas, por sua vez, também adentravam o pequeno comércio das ruas e mercados e desempenhavam atividades domésticas nas residências de estrangeiros e luso-africanos. Esse estudo se baseia em registros de escravos, batismos, óbitos e escrituras de compra e venda para explorar experiências de donas, pretas livres e escravas na Luanda dos oitocentos. Numa sociedade luso-africana e escravocrata, elementos como descendência portuguesa, posse de bens e adesão à cultura lusa conferiam prestígio e determinavam as trajetórias pessoais de mulheres livres e escravizadas.
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