
A imortalidade de um mortal ou o eu que sou na linguagem
2018; UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS; Volume: 27; Issue: 3 Linguagem: Inglês
10.17851/2358-9787.27.3.175-198
ISSN2358-9787
Autores Tópico(s)Memory, Trauma, and Testimony
ResumoResumo: Três dias após tomar posse na Academia Brasileira de Letras, João Guimarães Rosa, o mais recente imortal da Casa fundada por Machado de Assis, vem a falecer, deixando consternados não apenas seus confrades, mas o país inteiro. Este trabalho tem por objetivo apresentar um estudo sobre a imortalidade do escritor de Cordisburgo em três movimentos. Com base nas reflexões de Maurice Blanchot, em “A literatura e o direito à morte” (1997), investiga-se as relações entre morte e imortalidade: primeiro, tentando compreender a repercussão que o evento da morte de Rosa teve na mídia nacional, a partir de hemeroteca criada e mantida pela Academia Brasileira de Letras; segundo, analisando a imortalidade através da linguagem, ao evidenciar de que maneira o autor se imortaliza com sua literatura e pelos desdobramentos crítico-criativos que sua obra provocou; e, terceiro, procurando compreender como o autor imiscui-se em sua própria literatura ao fazer-se personagem de si mesmo, imortalizando-se na e pela linguagem.Palavras-chave: Guimarães Rosa; Imortalidade; Academia Brasileira de Letras.Abstract: Three days after assuming a position at the Brazilian Academy of Letters, João Guimarães Rosa, the latest immortal of the House founded by Machado de Assis, passed away, filling with dismay not only his peers, but the whole country. This paper aims to present a study on the immortality of Cordisburgo’s writer in three movements. Based on Maurice Blanchot’s reflections in “Literature and the right to death” (1997), I investigate the relations between death and immortality; firstly in order to comprehend the repercussion that the event of Rosa’s death had in the national press, through the newspaper library created and maintained by the Brazilian Academy of Letters; secondly, in order to analyze immortality through language, as I highlight how the author lives on his literature or through the critical and creative reverberations his oeuvre provokes; and lastly, in order to comprehend how the author blends in with his own literature, as he transforms himself into a character, immortalizing himself in and through language. Keywords: Guimarães Rosa; Immortality; Brazilian Academy of Letters.
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