
“EU TENHO VERGONHA EM DIZER QUE SOU NEGRA, NINGUÉM GOSTA, NÉ”? AS CRIANÇAS E AS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS EM ITAPETINGA-BA
2018; Programa de Pós-graduação em Geografia (PPGEO); Volume: 12; Issue: 28 Linguagem: Português
10.20952/revtee.v12i28.9982
ISSN2358-1425
AutoresJosé Valdir Jesus de Santana, Joanne Oliveira Dias, Reginaldo Santos Pereira, Adenilson Souza Cunha Júnior,
Tópico(s)Race, Identity, and Education in Brazil
ResumoNessa pesquisa tivemos por objetivo analisar como as crianças agem, acionam e vivenciam as noções de racismo e discriminação racial em suas relações com outras crianças e adultos; compreender o que significa, para as crianças, pertencer a uma categoria racial (branco e não branco) e como elas lidam com essas categorias. A pesquisa, de caráter qualitativo, foi realizada entre abril e julho de 2017 e teve como colaboradores 35 crianças de uma escola de Ensino Fundamental localizada no município de Itapetinga-BA. Utilizamo-nos de autores como Abramowicz e Oliveira (2012), Abramowicz (2015), Oliveira (2004), Fazzi (2006), Cavalleiro (1998, 2014), Santiago (2014), Trinidad (2011, 2012), dentre outros. O estudo destaca que as crianças negras tendem a negar o seu pertencimento étnico-racial, recusam a sua cor da pele, estabelecem classificações e fazem leituras das desigualdades sócio-raciais. Contudo, esse processo de “captura” não ocorre de forma total, na medida em que as crianças reagem a ele: através das brigas, calando-se, “inventando” novos corpos (pintando o cabelo, alisando-o, etc.), mas sempre resistindo.
Referência(s)