
A permanência do dormitório da empregada nos apartamentos: estudo comparativo nas décadas de 1960 a 1990 em Maceió/AL
2018; UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; Volume: 13; Issue: 3 Linguagem: Português
10.11606/gtp.v13i3.145099
ISSN1981-1543
AutoresJéssica Caroline Rodrigues de Lima, Alexandre Márcio Toledo,
Tópico(s)Urban Development and Societal Issues
ResumoMorar nas cidades grandes representou uma transição lenta dos edifícios unifamiliares aos multifamiliares. As plantas iniciais dos apartamentos reproduziram a tripartição funcional da casa burguesa urbana e mantiveram a dependência completa de empregada, com acesso distinto pelo setor de serviço. A presença da empregada doméstica nas residências brasileiras constitui um fator cultural, sobretudo nas famílias nordestinas das classes média e alta. O objetivo do presente artigo é traçar uma trajetória da dependência de empregada nos edifícios de apartamentos construídos na cidade de Maceió, Estado de Alagoas, Brasil, nas décadas de 1960 a 1990. Utilizou-se como banco de dados pesquisas realizadas pelo Grupo de Estudos em Projeto de Arquitetura (gEPA) da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Alagoas, que reúne 228 edifícios multifamiliares verticais de diversas tipologias. Observou-se que, nas décadas de 1960 e 1970, todos os apartamentos possuíam dependência de empregada, até mesmo os da tipologia de 02 dormitórios. Apenas na década de 1980, surgiram os apartamentos com o terceiro dormitório reversível, com indícios de flexibilização nas plantas. Na década de 1990, a dependência de empregada permanece somente nas tipologias de apartamentos de 3 e 4 dormitórios. Conclui-se que a presença da dependência de empregada prevaleceu sobre a oferta de apartamentos produzidos nas quatro décadas analisadas, sobretudo nas tipologias de 3 e 4 dormitórios; e que as mudanças anunciadas pela legislação trabalhista de 1988 não alteraram de maneira significativa os hábitos de morar das famílias alagoanas de renda mais elevada.
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