Artigo Produção Nacional

Bolhas, incerteza e fragilidade financeira: uma abordagem pós-keynesiana

2001; UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO; Volume: 5; Issue: 2 Linguagem: Português

ISSN

1980-5527

Autores

José Luís Oreiro,

Tópico(s)

Housing, Finance, and Neoliberalism

Resumo

Este artigo tem por objetivo apresentar a teoria pos-keynesiana sobre “bolhas” nos precos dos ativos financeiros e a relacao destas com o conceito de fragilidade financeira. Essa apresentacao sera conduzida por intermedio de uma versao modificada do modelo Taylor-O'Connell (1985) de crises financeiras a la Minsky. Ao contrario da versao original do referido modelo, iremos considerar a existencia de intermediarios financeiros (bancos comerciais) de forma a fazer com que as firmas possam financiar os seus investimentos por outros expedientes que nao a emissao de acoes. Alem disso, iremos supor tambem que a dinâmica do “estado de confianca” esta relacionada nao com o nivel de taxa de juros, mas com o grau de fragilidade financeira. Nesse contexto, demonstra-se que (i) a existencia de um baixo grau de substituicao entre moeda e demais ativos financeiros (acoes e titulos do tesouro) bem como uma baixa sensibilidade do investimento as variacoes da taxa de juros sao condicoes suficientes para a ocorrencia de “bolhas”; de forma que as mesmas deverao ocorrer em economias nas quais os mercados financeiros sejam pouco organizados; (ii) as “bolhas” decorrem de um processo endogeno de mudanca do “estado de confianca” a respeito da capacidade das firmas em honrar os seus compromissos contratuais (pagamento de juros e amortizacoes) junto aos bancos comerciais; e (iii) a ocorrencia de “bolhas” esta associada a um aumento continuo do nivel de fragilidade financeira da economia como um todo.

Referência(s)