
Lesões cutâneas em frangos de corte: características morfológicas e moleculares
2018; UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL; Volume: 30; Issue: 1 Linguagem: Português
10.22456/1679-9216.17210
ISSN1679-9216
Autores Tópico(s)Microbial infections and disease research
ResumoO crescimento da avicultura mundial vem ocorrendo significativamente nos últimos anos. Todavia, em função de modificações no processo de criação industrial dos frangos de corte, algumas enfermidades tornam-se cada vez mais importantes, como é o caso das cutâneas como a celulite, a varíola, o carcinoma dérmico de células escamosas (CDCE) e as dermatites inespecíficas. Como as lesões macroscópicas nessas doenças não são específicas, o diagnóstico na inspeção de carcaças é difícil, tendendo-se a agrupar as alterações cutâneas em uma categoria denominada “dermatose”, o que inviabiliza a obtenção de dados relativos à prevalência das mesmas e o estudo dos fatores envolvidos na causa das mesmas. Esta tese consta de quatro artigos que relatam estudos sobre a ocorrência de lesões na pele de frangos de corte. No Artigo 1 descreve-se a ocorrência de casos de varíola atípica em frangos de corte no RGS, em que as lesões ocorreram nas áreas do corpo cobertas pelas penas, enquanto que no Artigo 2 relata-se o encontro de lesões semelhantes às do carcinoma dérmico de células escamosas (CDCE) associadas a lesões típicas de varíola em membranas cório-alantóides (M.C.A.) de ovos embrionados inoculados com preparados de amostras de pele contendo lesões de varíola ou de CDCE. O Artigo 3 relata os resultados dos exames histopatológicos em 800 amostras de pele de carcaças de frangos condenadas total ou parcialmente por lesões cutâneas em cinco matadouros do Estado (SIF 437: Caxias do Sul; SIF 730: Teutonia; SIF 1449: Lajeado; SIF 1661: Lajeado; SIF 2025: Porto Alegre). Histologicamente, 45,25% foram diagnosticadas como celulite, 19,0% como varíola, 3,25% como CDCE, 17,0% como dermatite inespecífica, 0,5% como hemorragias focais e 0,25% como hemangioma. Do total de amostras, 14,75% não apresentaram alterações significativas. Macroscopicamente, as lesões mais freqüentes em todas as doenças diagnosticadas foram espessamento e alterações na coloração da pele, além de nódulos escuros nos folículos das penas e crostas. Arranhões na pele foram associados com todas as doenças diagnosticadas, à exceção do CDCE. Úlceras crateriformes ocorreram no CDCE e na varíola. A celulite foi mais freqüente na região abdominal, a varíola no dorso, o CDCE nas sobrecoxas e a dermatite inespecífica no dorso, sobrecoxas, coxas e peito. Concluiu-se que o exame histopatológico é ferramenta importante para a classificação adequada das doenças causadoras de lesões cutâneas. No Artigo 4 descreve-se protocolo de PCR (“nested PCR) para detecção específica de DNA de avipoxvírus, amplificando um fragmento do genoma do vírus contendo 419 pares de bases, sendo também mais sensível do que a técnica de inoculação na M.C.A. O DNA de poxvírus foi detectado em todas as amostras de pele com lesões de varíola, o mesmo não ocorrendo com doenças não relacionadas como varíola bovina, doença de Marek ou laringotraqueíte. Algumas amostras de pele macroscopicamente normais coletadas de carcaças de frangos vacinados ou não contra a varíola também produziram resultados positivos na PCR, corroborando estudos anteriores sobre a ocorrência de infecção latente. Detectou-se DNA de avipoxvírus nas lesões de CDCE de forma consistente, sendo os resultados discutidos no presente trabalho.
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