
O CAIXEIRO-VIAJANTE REVISITADO: OS PARADOXOS DA “FÚRIA NARCÍSICA” NA LITERATURA E NO CINEMA
2018; Volume: 20; Issue: 1 Linguagem: Português
10.22478/ufpb.1516-1536.2018v20n1.41737
ISSN2763-9355
Autores Tópico(s)Psychology and Mental Health
ResumoO presente artigo busca estabelecer uma relação entre o filme O Apartamento, de Asghar Farhadi, e a peça de Arthur Miller, A morte de um caixeiro-viajante. Tendo por fundamento a noção psicanalítica de narcisismo e a teoria do “modo de endereçamento”, busca-se desenvolver uma discussão em torno da noção de “fúria narcísica” (Kohut) e o que se considera ser seus paradoxos. Destaca-se, principalmente, dois paradoxos que se encontram entrelaçados: em primeiro lugar, o modo como, nessa condição psíquica, o inimigo é uma parte não reconhecida do próprio Self e, em segundo lugar, o modo como o outro, que serve de tela para projeção de sentimentos de hostilidade, torna-se um presente-ausente, não percebido em sua inteireza. Nesse contexto, a “fúria narcísica” origina-se, sobretudo, da ausência de um registro psíquico integrado da alteridade e, por conseguinte, de suas complexidades e ambivalências. A partir dessas questões, espera-se mostrar como tanto no filme como na peça teatral que lhe serve de intertexto um “narcisismo extremamente vulnerável” e suas falhas vão sendo elucidados.
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