Dona Marcolina, uma megera indomada: representações e estereótipos de feminilidade nos quadrinhos de Alceu Chichôrro
2018; UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA; Volume: 26; Issue: 1 Linguagem: Português
10.22478/ufpb.1807-8214.2018v26n1.42104
ISSN2316-5251
AutoresThaís Mannala, Marilda Lopes Pinheiro Queluz,
Tópico(s)Linguistics and Education Research
ResumoNeste artigo, pretendemos refletir sobre a personagem Dona Marcolina, criada pelo jornalista e chargista Alceu Chichôrro (1896-1977), publicada no jornal curitibano O Dia, no período de 1926 a 1961. Na companhia de Chico Fumaça e do cachorro Totó, Dona Marcolina representa um tipo de feminilidade associado às mulheres, constituído de camadas de discursos normatizantes e hierarquizantes, com traços físicos caricatos, como também modos exagerados de agir, pensar e reagir a determinadas práticas sociais masculinas, ironizando os espaços de domínio das mulheres e questionando quem, de fato, deveria mandar na casa. Dentro da tradição do humor gráfico e das chamadas family strips do início do século XX, destacam-se personagens femininas – caracterizadas por serem tiranas, mandonas, mal-humoradas e fora dos padrões de beleza da época – que geralmente são descritas como feias. Além disso, são desenhadas altas, magras, em contraponto a seus pares, homens baixinhos e gordos. Estes contrastes e desproporções provocam o efeito cômico, evocando a comédia popular, e reiteram a inversão de papéis sociais esperados pela sociedade. Estas personagens mandam, controlam e batem nos homens. O pau/rolo de macarrão torna-se um artefato comum no desfecho das charges e tiras cômicas, usado no último quadrinho para golpear e punir os deslizes, travessuras dos homens. Palavras-chave: Representações. Estereótipos. Gênero. Tiras cômicas. Dona Marcolina. Alceu Chichôrro.
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