
A LITERATURA INDÍGENA BRASILEIRA, O MOVIMENTO INDÍGENA BRASILEIRO E O REGIME MILITAR: UMA PERSPECTIVA DESDE DAVI KOPENAWA, AILTON KRENAK, KAKÁ WERÁ E ALVARO TUKANO
2018; UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL; Volume: 12; Issue: 2 Linguagem: Português
10.22456/1982-6524.83424
ISSN1982-6524
AutoresLeno Francisco Danner, Julie Dorrico, Fernando Danner,
Tópico(s)Urban and sociocultural dynamics
ResumoTendo por base a postura de ativismo, militância e engajamento da literatura indígena, procuraremos refletir sobre a correlação de literatura indígena brasileira, movimento indígena brasileiro e a questão da Ditadura Militar, haja vista que a emergência e a consolidação público-políticas desse movimento indígena ocorreram exatamente no contexto da Ditadura Militar e como reação aos processos de expansão socioeconômica rumo ao centro-oeste e ao norte do Brasil, promovidos e viabilizados por ela, situação que intensificou o etnocídio indígena. Nosso argumento central consiste em que podemos, a partir do estudo da literatura indígena, tomar conhecimento, pelo próprio relato autobiográfico, testemunhal e mnemônico dos indígenas, acerca de como sua situação social, que já era precária, foi piorada por tais projetos de expansão. Da mesma forma, esse estudo da literatura indígena também nos permite, em consequência, perceber o sentido e o direcionamento assumidos pelo movimento indígena no que tange a tais projetos, isto é, os povos, as lideranças e os intelectuais indígenas passaram a se organizar politicamente e a enraizar-se na esfera pública, política e cultural como forma de enfrentamento e de resistência a essa situação de etnocídio – sendo que a literatura por eles produzida é uma dessas ramificações do movimento indígena na esfera pública, política e cultural. E, assim, o estudo da literatura indígena nos permite ouvir a própria voz, a própria história dos indígenas por si mesmos, acerca de sua condição, de modo que a literatura indígena, em seu sentido aberto, anti-institucionalista, anti-cientificista e anti-tecnicista, lhes devolve a voz e o protagonismo estético-políticos.
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