
Panteísmo e a cosmovisão da poesia brasileira da belle époque: diálogos entre Augusto dos Anjos, Pedro Kilkerry e Gilka Machado.
2018; Associação Sul-Rio-Grandense de Pesquisadores em História da Educação (ASPHE); Volume: 14; Issue: 1 Linguagem: Português
10.22456/1981-4526.75390
ISSN1981-4526
AutoresFabiano Rodrigo da Silva Santos,
Tópico(s)Linguistics and Language Studies
ResumoEste artigo apresenta consideracoes sobre o panteismo em Augusto dos Anjos, Pedro Kilkerry e Gilka Machado, tomando-a como elemento integrador de uma cosmovisao comum a seus projetos esteticos particulares. Embora sua poesia se delineie a partir de diccao aparentemente distinta, os tres parecem debrucar-se sobre motivos a eles comuns: a ânsia pelo absoluto, a busca de nexos que integrem todos os seres na ordem cosmica, a indagacao sobre existencia ou ausencia de Deus, emergem nos versos de Augusto dos Anjos, Kilkerry e Gilka Machado, como notas de um conflito entre a constatacao do vazio metafisico moderno e um esforco por reencantar o mundo a luz dos sistemas de pensamento populares entre fins dos oitocentos e inicio do seculo XX. Ecos do monismo haeckeliano, da estetica metafisica de Schopenhauer, e da doutrina da potencia de Nietzsche sao ouvidas na lira desses tres contemporâneos que parecem ter buscado resposta nos sistemas filosoficos modernos a antigas inquietacoes da poesia idealista. Ao contrario dos primeiros simbolistas, que lhes comunicaram a angustia diante da inacessibilidade do ideal, os poetas aqui considerados nao parecem buscar o absoluto num mundo transcendente, mas no encantamento da realidade imanente, via a revelacao de um cosmos animado pela perspectiva panteista.
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