Artigo Acesso aberto Produção Nacional

Nacionalismo e hibridismos identitários no romance histórico Mulheres de Cinzas, de Mia Couto

2018; Volume: 8; Issue: 2 Linguagem: Português

10.36113/litterata.v8i2.2179

ISSN

2526-4850

Autores

Adriano Carlos Moura,

Tópico(s)

Urban and sociocultural dynamics

Resumo

Mulheres de Cinzas, primeiro livro da trilogia histórica Areias do Imperador de Mia Couto, é um romance narrado sob a perspectiva de uma jovem moçambicana e de um soldado português alternadamente. Trata-se de um romance histórico sobre o período em que o Sul de Moçambique era governado por Ngungunyane, último imperador do Estado de Gaza que, no final do século XIX, ameaçava o domínio colonial. Este artigo é resultado de um estudo da obra, com a finalidade de investigar o papel da língua como construção da identidade individual e coletiva numa sociedade em conflito entre colonizados e colonizadores, e a hibridez entre ambos como marca da experiência colonial. Parte-se, inicialmente, dos estudos históricos de Erick Hobsbawm sobre nação, língua e nacionalismo, a partir de 1780, para compreender como a maioria dos países ocidentais construiu esses conceitos. Em seguida, o romance é analisado como narrativa performativa sobre a nação, considerando seu contexto de produção (Moçambique pós-colonial), entendendo o termo “performativo” na acepção concebida por Homi Bhabha e suas reflexões sobre identidade. Nesse contexto, a língua é percebida não como um elemento de comunicação apenas, mas também de conflito no espaço lusófono.

Referência(s)