Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

LOURENÇO FILHO E JUAZEIRO DO PADRE CÍCERO: UMA HIERARQUIA DISCURSIVA CIVILIZACIONAL

2018; UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ; Issue: 49 Linguagem: Português

10.4025/notandum.v0i49.42408

ISSN

2763-5899

Autores

Deane Monteiro Vieira Costa,

Tópico(s)

Gender, Sexuality, and Education

Resumo

A presente pesquisa analisa a escrita e os olhares apresentados sobre o sertão do Juazeiro do Norte (CE), pelo educador brasileiro Lourenço Filho, em sua primeira publicação, Juazeiro do Padre Cícero: cenas e quadros do fanatismo no nordeste. A publicação é fruto do seu exercício na função de diretor de instrução pública do Ceará (1922-1923). É um diário etnográfico de sua viagem, que ocorre em virtude da proibição do padre Cícero Romão Batista, na condição de prefeito, da realização do serviço de recenseamento das crianças. Lourenço Filho apresentou uma imagem miserável e insana da cidade e do padre, devido ao seu envolvimento na produção e na divulgação das teorias científicas dominantes do pensamento intelectual do início da República brasileira, em contraposição ao mundo mítico. Para isso, recorremos ao conceito de Processo Civilizador de Norbert Elias (1993;1994) para compreender essa produção e os seus desdobramentos na imagem negativa dos sertanistas e do Padre Cícero em contraposição a valorização do discurso do intelectual preocupado com a modernização do Brasil. Concluímos que a polarização Fortaleza (Cidade) – Juazeiro (Sertão) reforçou o discurso de que o habitante da capital, era sujeito integrado ao ideal de nação, enquanto o devoto sertanejo pertencia a comunidade primitiva de “fanáticos”, considerada um “grande hospício”, que precisava ser incorporada à civilização.

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