Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Narrativas Autobiográficas da Professora Negra Maria Helena Vargas da Silveira: formação e prática docente no livro “É Fogo!”

2019; UNIVERSIDADE LA SALLE; Volume: 24; Issue: 1 Linguagem: Português

10.18316/recc.v24i1.4503

ISSN

2236-6377

Autores

Maria Angélica Zubaran, Rodrigo Lemos Simões, Cristina Gamino Gomes Tonial,

Tópico(s)

Linguistics and Education Research

Resumo

Este artigo analisa as narrativas autobiográficas da professora negra Maria Helena Vargas da Silveira, no seu primeiro livro “É Fogo”. O objetivo central da análise é, primeiramente, investigar os significados e sentidos que o narrador e a personagem principal, Maria, atribuem às suas experiências de formação e docência no Rio Grande do Sul, entre as décadas de 1940 e 1980. Em segundo lugar, pretende-se mapear e problematizar a intersecção de representações sobre classe, gênero e raça na forma como narrador e personagem principal constroem suas identidades e seus lugares de fala. Em termos teórico-metodológicos, trata-se de uma análise cultural, na perspectiva teórica dos Estudos Culturais em Educação, em que se discutem os conceitos de representação, gênero e raça, a partir de autores como Stuart Hall, Guacira Louro, Marisa Vorraber Costa, Rosa Hessel da Silveira, Gládis Kaercher e Djamila Ribeiro, entre outros. Desta forma, pretende-se contribuir para a desconstrução de representações homogêneas sobre formação e docência e para dar visibilidade às narrativas autobiográficas de professoras negras, que de forma geral têm sido historicamente silenciadas e desautorizadas nas narrativas literárias hegemônicas e na História da Educação. Entre os resultados da análise destaca-se o entrelaçamento da trajetória da personagem principal, Maria, particularmente de suas experiências de formação e prática docente, com o contexto da História da Educação no Rio Grande do Sul. Na direção apontada por outros autores, salienta-se também a interseccionalidade das categorias de classe, gênero e raça nas narrativas autobiográficas desta professora negra, tanto na forma como constrói e dá sentido às suas vivências, na perspectiva individual, de uma escrita de si, assim como, na perspectiva social, das suas relações com às outras identidades que marcaram suas trajetórias de formação e docência.

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