Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Mito, literatura e o boi rosiano

2019; Unversidade Federal do Rio de Janeiro; Volume: 21; Issue: 1 Linguagem: Português

10.1590/1517-106x/211135156

ISSN

1807-0299

Autores

Maria Lúcia Guimarães de Faria,

Tópico(s)

Cultural, Media, and Literary Studies

Resumo

Resumo No universo poético-simbólico de Guimarães Rosa, o boi ou touro tem assento privilegiado. A obra do escritor é atravessada pelos berros e urros do gado, seu comportamento e existência, sua estranha sabedoria imemorial. O boi de Rosa vem de longe. Oriundo do substrato religioso das mais antigas civilizações - Assíria, Babilônia, Egito, Índia - o boi aporta ao sertão rosiano munido de sua milenar herança mítica e sagrada. Igualmente, o vaqueiro que se lhe devota é muito mais do que o homem no pastoreio. Ele é o bukólos ou bubulcus, descendente dos pastores primigênios da Creta egeia, que é investido da função sacerdotal e dotado de vocação poética. O presente ensaio movimenta estas questões por meio da interpretação de duas estórias de Tutaméia, último livro do escritor: “Os três homens e o boi dos três homens que inventaram um boi” e “Hiato”.

Referência(s)