Artigo Acesso aberto Revisado por pares

Rio de Janeiro e a Avenida Beira Mar: desejo de paisagem e cidade balneário nas primeiras décadas do século XX

2019; Couffy-sur-Sarsonne; Volume: 39; Linguagem: Português

10.4000/confins.18065

ISSN

1958-9212

Autores

Rafael Winter Ribeiro,

Tópico(s)

Urban Development and Societal Issues

Resumo

As intervenções urbanas que têm início durante a gestão do prefeito Pereira Passos (1902-1906) são comumente apontadas como um marco na construção da modernidade no Rio de Janeiro. Neste período há a abertura da Avenida Beira Mar, grande bulevar que ligava o Centro à Zona Sul pela orla da Baía de Guanabara, área que se consolidava como vetor de ocupação de uma população mais abastada. Na sua configuração, a avenida oferecia grande visibilidade a dois elementos que se consagraram como definidores da paisagem carioca: o mar e a montanha. Ver a paisagem a partir de espaços nascidos para serem considerados nobres colocava em evidência o desejo de usá-la. No mesmo período, a cidade vivia um crescimento considerável de atividades ligadas à função de balneário e que encontram lugar na nova avenida. A necessidade de contato com espaços abertos e com a natureza que a atividade balneária colocava repercutia numa exposição maciça dessa paisagem, que se descortinava de novos pontos de vista. Como a Avenida Beira Mar se relaciona com o processo de construção da paisagem do Rio de Janeiro? Qual o papel dos espaços e práticas de balneário? Quais espaços de balneário participaram desse processo e como? São algumas das indagações que orientam esse artigo. O trabalho aponta como a construção de uma infraestrutura ligada aos ideais de cidade balneário ao longo da avenida corrobora com essa relação: hotéis, cassinos, banhos de mar, práticas esportivas, passeios e festas contribuem para forjar essa associação entre balneário e a consolidação da paisagem carioca.

Referência(s)