A música como forma de resgate histórico em Angola: O 27 de maio de 1977 referido no rap local

2018; Issue: 11 Linguagem: Português

10.22409/rcc.v0i11.2884

ISSN

2238-9288

Autores

Francisco Carlos Guerra de Mendonça Júnior,

Tópico(s)

Literature, Culture, and Criticism

Resumo

Este trabalho tem como objetivo realizar um paralelo entre a chacina ocorrida em Angola no dia 27 de maio de 1977 e a musica rap. Em 1977, foram mortos entre 20 mil e 80 mil pessoas, em sua maioria militantes do proprio partido no poder, o MPLA. O rap sera analisado como uma manifestacao artistica de reflexao e quebra do silenciamento, realizando um resgate historico para a populacao, uma vez que essa chacina e pouco falada nos meios de comunicacao locais, bem como invisibilizada tambem na educacao formal. O artigo esta dividido em tres partes: em um primeiro momento, e abordada a maneira como a musica foi utilizada para servir de resistencia na luta anti-colonial em Angola, buscando a independencia e lutando para expulsar o colonizador, aliada aos movimentos de libertacao. No segundo momento, sao abordadas as restricoes colocadas pelo MPLA como partido do poder e as perseguicoes feitas as pessoas filiadas ao partido, participantes ativas da luta anti-colonial. As perseguicoes estenderam-se aos artistas Artur Nunes, Urbano de Castro e David Ze, mortos no dia 27 de maio de 1977, mesmo com o grande apoio dado por estes ao partido e ao presidente Agostinho Neto. Ademais, o Conjunto Kisanguela tambem sofreu perseguicao. Embora este ultimo tenha acompanhado o presidente em varias acoes, os seus membros foram presos apos o ocorrido, para que nao se revoltassem contra o presidente. Por ultimo, e abordado o rap como ferramenta de resgate historico em Angola. A censura no pais restringiu o acesso as informacoes desses temas, considerados tabus, como e o caso do 27 de maio. Estas restricoes atingem a imprensa e ate mesmo o sistema educacional.

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