
MULHERES RURAIS: GRUPOS PRODUTIVOS E EQUIDADE DE GÊNERO
2018; UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA; Issue: 20 Linguagem: Português
10.13102/semic.v0i20.3225
ISSN2595-0339
Autores Tópico(s)Urban Development and Societal Issues
ResumoEste trabalho está vinculado ao Projeto Ser Tão Forte: Desenvolvimento Territorial Sustentável, apoiado pela Chamada Pública CNPq/MDA/SPM-PR Nº 11/2014 - Núcleos de Extensão em Desenvolvimento Territorial (NEDET). A análise realizada teve como cenário o município de Cícero Dantas, integrante do Território de Identidade Semiárido Nordeste II. A população deste município é de 32.300 habitantes, segundo estimativa da SEI (2012), distribuídos em uma área territorial de 673,00 Km².O presente estudo consiste no mapeamento de grupos produtivos de mulheres rurais de Cícero Dantas com objetivo de verificar como se organizam e de que forma esse processo contribui em prol da equidade de gênero, uma vez que esta atividade possibilita a essas mulheres inserção no mercado e venda dos seus produtos e a busca por autonomia financeira. A formação dos grupos produtivos potencializa o acesso às políticas públicas específicas para mulheres.Sabe-se que muitas mulheres atuam na agricultura familiar, entretanto a condição feminina impõe o exercício da dupla jornada, a qual é permeada pela invisibilidade. Siliprandi e Citrão (2011) explanam que as mulheres rurais sempre atuaram na agricultura com seus familiares, mas não tinham seu trabalho reconhecido, este era visto como uma extensão do trabalho doméstico. As poucas oportunidades existentes para as mulheres nos espaços públicos e a baixa inserção delas em programas do governo demonstram a gravidade da situação vivenciada por elas. Entretanto, a partir das lutas contra a discriminação e preconceitos na sociedade, através dos movimentos de mulheres e movimentos feministas, estas passam a ocupar diferentes espaços e ter lentamente suas conquistas, mas ainda não o suficiente para eximir a invisibilidade que perpassa suas atividades produtivas.É interessante salientar a existência de um não reconhecimento destas atividades, bem como da presença feminina nos espaços políticos. Para Costa (1998), o sujeito político e os movimentos sociais são discutidos de forma assexuada, demonstrando a participação ativa de mulheres, o que colabora para a invisibilidade.Conforme Costa (1998), quando as mulheres estão engajadas em grupos produtivos e ao conquistarem independência financeira, há uma elevação da autoestima e diminuição do estresse, pois não estão restritas apenas ao âmbito privado e não dependem exclusivamente de seu companheiro. Além do mais, a existência desses grupos é importante, pois coletivamente as mulheres possuem melhores condições de reivindicarem reconhecimento e participação no mercado de trabalho. Outro fator relevante para a visibilidade feminina é a existência e o acesso às políticas e programas sociais, resultado de uma agenda de reivindicações dos movimentos de mulheres.
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