Artigo Acesso aberto Revisado por pares

3 Encontro Nacional de Epidemiologia Veterinária - ENEPI 2018

2018; UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL; Volume: 46; Linguagem: Português

10.22456/1679-9216.88655

ISSN

1679-9216

Autores

Mauro Riegert Borba, Eduardo de Freitas Costa, Luís Gustavo Corbellini, Kalinka da Conceição Monteiro, A. Poeta,

Tópico(s)

Animal Disease Management and Epidemiology

Resumo

Mensagem da Comissão Organizadora: É um prazer recebê-los em Porto Alegre para a 3ª edição do Encontro Nacional de Epi­demiologia Veterinária. Em 2012 tivemos nosso primeiro encontro em São Paulo, ideia que surgiu depois de sucessivas reuniões de integrantes de grupos de epidemiologia veterinária da USP, UFRGS e UnB. Em 2015 aconteceu a segunda edição em Brasília. E cá estamos nós juntos, depois de três anos, para celebrarmos esse encontro que tem o propósito de congregar a academia, serviços oficiais de saúde animal e pública, e de promover o desenvolvimento da epidemiologia veterinária no Brasil. Precisamos avançar, onde queremos chegar? Costumo perguntar em aula: afinal, o que é epidemio­logia? Em 1854 surgia essa ciência (sim! Epidemiologia é uma ciência) por meio de uma minuciosa investigação de uma epidemia de cólera em Londres coordenada por John Snow, pai da epidemiolo­gia contemporânea. No longínquo século 19, esse médico Inglês identificou, com o uso de métodos científicos, que a fonte daquela doença que estava matando centenas de londrinos diariamente era uma certa bomba de água, a famosa “Bomba da Broad Street”. Pois bem, ele chegou a essa conclusão sem que houvesse conhecimento concreto da existência de microrganismos patógenos! A aplicação de um método sistemático de investigação, criação de hipóteses e análise de padrões de ocorrência da doença permitiu tal feito. Ele refutou a teoria miasmática vigente na época, quebrou paradigmas. Po­demos notar, então, o potencial dessa ciência no combate de doenças transmissíveis em populações, seja ela animal ou humana. E nós aqui no Brasil? Onde estamos afinal? Para cada um que está aqui eu lhes pergunto: qual foi o conteúdo ministrado da epidemiologia durante a sua formação acadêmica? Você ficou preso em conceitos semânticos de incidência ou prevalência ou teve a oportunidade de explorar a epidemiologia em sua mais íntima natureza? Precisamos olhar mais adiante, sair um pouco da teoria microbiana e explorar todos os possíveis efeitos que, unidos em uma complexa rede causal, afetam a saúde dos indivíduos. É o momento de explorar o raciocínio científico para criarmos teorias sobre a ocorrência de doenças, de como surgem epidemias, de como as pessoas podem ser expostas a perigos microbiológicos oriundos de alimentos de origem animal. Qual é a probabilidade? O que é risco? Para onde a doença pode ir? Em que áreas eu devo focar meus esforços para aumentar a eficiên­cia das ações? Quais são os riscos à saúde pública se eu decidir mudar todo o método de inspeção de produtos de origem animal? As respostas a esses e outros inúmeros questionamentos nós esperamos encontrar aqui. Nosso intuito maior é promover o desenvolvimento da epidemiologia veterinária no Brasil. Em nome da Cominação Organizadora do 3º ENEPI (01 a 03 de Agosto), lhes desejamos um ótimo encontro e uma ótima estada em Porto Alegre.

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