
A jazida de bentonita de Bañado de Medina, Melo, Uruguai. Geologia, mineralogia e utilização tecnológica
2009; Volume: 36; Issue: 3 Linguagem: Português
10.22456/1807-9806.17838
ISSN1807-9806
AutoresLuiz Delfino Albarnaz, Norberto Dani, M. L. L. Formoso, André Sampaio Mexias, Nélson Amoretti Lisboa,
Tópico(s)Groundwater and Isotope Geochemistry
ResumoO depósito de bentonita da região de Bañado de Medina, situado 18 km a sudoeste da localidade de Melo, no Uruguai, constitui a primeira ocorrência na região com potencial para exploração comercial. O objetivo deste trabalho é apresentar dados referentes à mineralogia, composição química, tipos de contaminantes e fatores de controle dos depósitos, bem como algumas propriedades tecnológicas deste material. Com base em 31 furos de sondagem, foi possível a delimitação de uma camada de bentonita que localizadamente possui uma espessura de até 6,6m. A descrição dos furos, juntamente com trabalhos de campo, permitiu estabelecer um depósito de bentonita limitado inferior e superiormente por camadas de arenito dentro da Formação Rio do Rasto (Permiano Superior da Bacia do Paraná). O depósito foi protegido dos processos erosivos posteriores num bloco tectonicamente rebaixado, definido regionalmente por estruturas tectônicas antigas do embasamento com direções NE e NW. A reserva medida nos 9,5 ha de área prospectados é de 580.000 t, sendo formada por uma camada contínua de bentonita com cobertura de arenito/siltito da ordem de 1,60m até 11,60m de espessura. A bentonita Bañado de Medina resulta dos eventos finais do Membro Serrinha da Formação Rio do Rasto (Membro Vila Viñoles da Formação Yaguari, na nomenclatura uruguaia). De acordo com a textura, estruturas sedimentares e cor, a camada de bentonita foi dividida em quatro unidades. A determinação da mineralogia por difratometria de Raios-X mostra a predominância de esmectita dioctaédrica cálcica seguida de quartzo e feldspato, por vezes como minerais traços. Os resultados químicos indicam uma esmectita com baixo teor em Fe3+ e com cerca de 76% da carga interfoliar proveniente da substituição em nível octaédrico de Al3+ por Mg2+, classificando-se como uma Al-montmorilonita. Foi avaliada a capacidade de troca de cátions (valores medidos entre 101 e 116 meq/100g) e sua relação com domínios 2EG, 1EG e 0EG. A montmorilonita com grande predominância é a do tipo baixa carga (2EG). Seu uso tecnológico foi testado para aplicação em moldes de fundição e como fluido de perfuração. Os resultados apontaram índices adequados de estabilidade térmica, inchamento e resistência à tração a úmido, quando ativada com 5% de carbonato de sódio
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