Onde os fracos não têm vez: a elite do atraso ou o atraso da elite
2018; UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA; Volume: 13; Issue: 2 Linguagem: Português
ISSN
2318-101X
AutoresRicardo Bruno da Silva Ferreira, Isabela Duarte Fernandes,
Tópico(s)Urban Development and Societal Issues
ResumoEsta resenha busca refletir sobre as contribuicoes, alcances e limitacoes da obra A elite do Atraso: da escravidao a Lava Jato, de autoria do sociologo Jesse Souza. De grande repercussao no cenario academico e no campo progressista, o livro despertou o interesse de parcela da opiniao publica por apresentar uma analise centrada nos elementos que propiciaram a consecucao do golpe de 2016, notadamente, o pacto classista constituido pelos “donos do poder para perpetuar uma sociedade excludente e perversa, forjada ainda na escravidao”. Para que o impeachment se concretizasse tornava-se necessario a construcao de uma narrativa capitaneada pela grande midia centrada no combate a corrupcao e na limpeza da politica. Recorrendo a uma analise critica no que concerne ao Pensamento Social Brasileiro, o autor argumenta que a narrativa do golpe se apoiou em certa medida no prestigio academico e social alcancado pelas nocoes de patrimonialismo e populismo. Por detras da corrupcao dos tolos, a verdadeira corrupcao e invisibilizada ao se deslocar a atencao para a corrupcao que atinge a esfera estatal concentrando o debate em torno do patrimonialismo. No entanto, a verdadeira pilhagem das riquezas nacionais com o consequente enfraquecimento da soberania deriva da acao especulativa capitaneada pelo capitalismo financeiro internacional. O exito da obra de Jesse Souza consiste em pensar a crise politica que a assola o Brasil a partir da critica ao pensamento sociologico vira-lata que adentrou todas as esferas da nossa vida social deixando em segundo plano a igualdade social como principio basilar para a consolidacao da democracia.Palavras-chave: Elite do Atraso. Patrimonialismo. Populismo. Escravidao. Pensamento Social Brasileiro
Referência(s)