Artigo Acesso aberto Revisado por pares

A “crise dos refugiados” na Europa – entre totalidade e infinito

2019; University of Minho; Linguagem: Português

10.17231/comsoc.0(2019).3058

ISSN

2183-3575

Autores

Moisés de Lemos Martíns,

Tópico(s)

Migration, Racism, and Human Rights

Resumo

O eu e o outro. A totalidade e o infinito. Ou seja, a totalidade como o discurso do eu, que apaga o outro; e o infinito como o discurso do outro, que limita e impõe reservas ao discurso da totalidade. É numa relação face a face que eu encontro o outro, o qual passa, então, a existir em mim, a fazer parte de mim, constituindo-me. Esse é o caminho do enamoramento, e pode ser também o caminho da compaixão e da solidariedade. Mas a relação com o outro não se esgota no encontro. Depois do encontro do outro, seguem-se muitas vezes o seu apagamento, assimilação, e mesmo dominação. Em termos rigorosos, o que podemos dizer é que o outro nunca é redutível ao eu, ou seja, nunca é apagável em mim. E se o que está em causa é ignorar o outro, ou então, segregá-lo, discriminá-lo e dominá-lo, do que se trata mesmo é de exercer sobre ele uma violência. É este o meu ponto de partida e o meu ângulo de enfoque para debater a “crise dos refugiados” na Europa.

Referência(s)