
CORPO FEMININO, CORPO POLÍTICO: DE FUSTIGADO À DEVORADOR DO INSTITUÍDO
2019; UNIVERSIDADE FEEVALE; Volume: 2; Linguagem: Português
10.25112/rpr.v2i0.1855
ISSN2448-1939
AutoresAna Maria Colling, Ana Carolina Acom,
Tópico(s)Art, Politics, and Modernism
ResumoEscrever sobre corpo feminino e moda é escrever sobre consentimentos e transgressões. De um corpo construído historicamente, alvo e efeito de artefatos culturais e pedagógicos para um corpo político. Corpo que sempre foi motivo de suspeitas, centro de relações saber/poder. A questão do aborto, sua descriminalização, está no centro dos debates, a quem pertence este corpo. “Meu corpo me pertence” foi palavra de ordem no movimento feminista, que balançou o mundo nas décadas de 60/70 e continua sendo o mote dos novos movimentos feministas, como a Marcha das Vadias. A moda se constitui em um corpo que é lido pelo que veste ou despe. O campo da Moda além do consumo e mudanças, se refere a qualquer relação de um corpo vestido ou adornado, ou na ausência de vestes (o corpo desnudo), e ainda, a vestes sem corpos. Mesmo em povos sem roupas encontramos adornos, apêndices corporais utilitários ou pinturas simbólicas da pele. Dessa maneira podemos pensar o corpo feminino como resistência e máquina de guerra: a nudez em performances artísticas contemporâneas, a expressividade política de manifestações, assim como em corpos trans, sem definições, mas constituindo estéticas que compõem outros modos de existência. O corpo presente na Marcha das Vadias é subversivo, está ali como máquina de guerra: peitos à mostra ou mensagens pintadas que o vestem. A estética da mulher trans ou de uma dragqueen rompe com a expectativa do gênero designado àquele indivíduo, e será através da Moda que essa construção de um novo corpo tomará forma.
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