Relações objetais na primeira infância e a construção do reconhecimento recíproco na teoria de Axel Honneth.
2018; UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA; Issue: 20 Linguagem: Português
10.13102/semic.v0i20.3210
ISSN2595-0339
Autores Tópico(s)Critical Theory and Philosophy
ResumoOriundo do projeto “Psicologia e reconhecimento dos direitos humanos: categorias psicológicas na teoria do reconhecimento de Axel Honneth”, a partir de discussões realizadas na tese de livre-docência “A luta pelo reconhecimento: a gramática moral dos conflitos sociais” (Honneth, 2003), do atual diretor do Instituto de Pesquisa Social da Escola de Frankfurt, Axel Honneth, a pesquisa tem como tema as relações afetivas primárias e sua importância no processo de reconhecimento recíproco. Fundamentado nas construções teóricas de Hegel e nas investigações empíricas do pragmatista Mead, Honneth (2003) rediscute de forma coesa as relações humanas em suas dimensões individual e intersubjetiva, ou seja, consigo mesmo e nas relações sociais, as quais estão relacionadas com as três esferas de interação: o afeto, que nutre a autoestima a partir das relações com os cuidadores; a jurídica, vinculada ao autorrespeito e às normas sociais; a solidariedade, atrelada às relações com os grupos sociais. Na dimensão do afeto, ou amor, primeira etapa para estabelecer o reconhecimento afetivo, Honneth (2003) ressalta as relações primárias do bebê e a formação de identidade nesta primeira fase.A leitura da obra La sociedad del desprecio (Honneth, 2011) evidencia em seu sexto capítulo, Teoría de la relación de objeto e identidad posmoderna: sobre el supuesto envejecimiento del psicoanálisis, o surgimento das teorias que vislumbram o sujeito como um ser múltiplo no seu desenvolvimento psíquico. As pesquisas sócio-psicológicas contribuíram com essa nova visão do ser humano, ampliando a concepção freudiana, para a qual o sujeito constrói a sua identidade pessoal a partir do investimento libidinal no outro cuidador, para uma abordagem em que o indivíduo forma o seu psiquismo a partir das relações estabelecidas na sociedade em diversas dimensões de interação, configurando processos de pluralização intrapsíquica dos sujeitos.Dentre os teóricos da psicanálise das relações de objeto, Honneth (2003) destaca a análise do primeiro ano de vida realizada por René Spitz, teórico da psicologia do desenvolvimento, considerado um dos primeiros a fazer uma investigação da Psicologia Infantil, e a desenvolver conteúdos sobre a construção do ego nesta fase em seu livro “O primeiro ano de vida” (Spitz, 2013). Honneth (2003) aborda os resultados das investigações de Sptiz, afirmando que as pesquisas trouxeram “provas convincentes para o fato de que a interação entre mãe e criança se efetua como um processo altamente complexo, no qual ambos os implicados se exercitam mutuamente na capacidade de vivenciar em comum sentimentos e percepções (Honneth, 2003, p. 162). Com isso, delimitamos a temática e problemática desta pesquisa na análise e compreensão do papel das relações mãe-filho no desenvolvimento do bebê (Spitz, 2013) como modelo para ilustrar a dimensão afetiva da luta por reconhecimento, destacando as origens da percepção a partir das relações mãe-filho e da comunicação humana
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