
VIOLÊNCIA SIMBÓLICA, ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL E LITERATURA: A RELAÇÃO ORDEM/DESORDEM EM “DEDO-DURO”, DE JOÃO ANTÔNIO
2019; Volume: 2; Issue: 7 Linguagem: Português
10.32988/rep.v2i7.789
ISSN2238-4502
Autores Tópico(s)Urban and sociocultural dynamics
ResumoNo “Corpo-a-corpo com a vida” (1975), considerado o manifesto de sua literatura, Joao Antonio exalta a necessidade de nossas obras lidarem com o povo e com o fato social brasileiro. Para ele, a literatura brasileira deveria tratar do levante e da melhoria desse povo, sendo este o seu principal motivo de ser. Partindo deste pressuposto, analisamos o conto “Dedo-duro” (1982) pretendendo demonstrar, segundo as premissas expostas por Jesse Souza (2009), na primeira e na segunda historia do texto (PIGLIA, 2004), uma possivel manifestacao da violencia simbolica que afeta e estratifica nossas classes sociais. Argumentamos que se aplicarmos uma releitura dos conceitos de ordem e desordem (CANDIDO, 1970) seremos capazes de enxergar, no texto literario, a manifestacao dessa violencia simbolica em atuacao para definir a posicao social das personagens; e, analogicamente, tambem a de suas representantes na vida fora dos livros. Essa pratica, se comprovada, torna interno um elemento que, externo ao texto, permite que a sociedade brasileira continue organizada segundo a logica social que ajuda a explicar a manutencao da desigualdade social brasileira. Essa logica, uma vez interna a obra, atua no texto e em sua organizacao estetica, fazendo do movimento entre ordem e desordem social sua caracteristica principal.
Referência(s)