Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

MADELEINE E MEDEIA: MULHERES ALÉM DA MATERNIDADE

2019; UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ; Volume: 24; Linguagem: Português

10.4025/psicolestud.v24i0.42589

ISSN

1807-0329

Autores

Cristina Moreira Marcos, Thaís Limp Silva,

Tópico(s)

Psychoanalysis and Psychopathology Research

Resumo

No texto ‘A juventude de Gide’, Lacan (1998a) compara Madeleine Gide, em seu ato de queimar as cartas de seu marido, André Gide, a Medeia. Este ato será definido como o ato de uma verdadeira mulher. Interessa-nos ler este breve comentário, buscando extrair dele o ponto a partir do qual Lacan define a mulher. Nossa hipótese é que seu ponto de partida não é o gênero mas antes o ato desmedido presente em uma e outra. Para a psicanálise, a sexualidade é sempre da ordem de um enigma para o neurótico. Freud refere-se à mulher como um continente negro e confessa que sua lente edípica e fálica não é suficiente para responder aos mistérios do feminino. Esta chave de leitura o conduz à conclusão de que a maternidade é a realização da feminilidade, por excelência. Para Lacan, a verdadeira mulher se situa na dissociação entre a mãe e a mulher. A partir da leitura de Miller, acerca de Madeleine e Medeia, propomos interrogar qual a relação entre o ato desmedido de uma e de outra mulher. Para tanto, abordaremos uma a uma.

Referência(s)