Artigo Revisado por pares

Resposta de explantes de Epidendrum ibacuense (Orchidaceae) a diferentes concentrações e tempo de exposição ao hipoclorito de sódio e a diferentes antioxidantes

2007; Sociedade Brasileira de Floricultura e Plantas Ornamentais; Volume: 13; Linguagem: Português

10.14295/oh.v13i0.1550

ISSN

2447-536X

Autores

Donizetti Tomaz Rodrigues, Marcus V Sossai Berger, José M. Dias, Aline Ferreira Barros,

Tópico(s)

Flowering Plant Growth and Cultivation

Resumo

O interesse despertado pelas orquideas e antigo, sendo relatado o seu fascinio sobre filosofos e grandes nomes da historia e hoje ha uma clara popularizacao do cultivo das orquideas. Um dos desafios do cultivo de orquideas e a obtencao de protocolos de micropropagacao eficientes, ha alguns problemas que ainda carecem de solucao, por exemplo a oxidacao do material utilizado como explante e a contaminacao tardia por microorganismos latentes presentes no tecido vegetal. No presente trabalho se estudou o efeito de agentes desinfestantes no processo de oxidacao e desinfestacao do material cultivado, e tambem a acao de agentes antioxidantes no meio de cultivo. O sucesso de um sistema de propagacao in vitro depende do controle de um grande numero de variaveis (Kozai et al., 1995). Sem duvida a desinfeccao dos explantes e uma etapa fundamental neste processo. A dificuldade maior nesta etapa reside em se obter tecido descontaminado sem conduzi-lo a morte quando isolado (Grattapaglia & Machado, 1998). Varias substâncias com acao germicida sao utilizadas para fazer a desinfeccao dos explantes. Os mais comuns sao o etanol e os compostos a base de cloro, tais como o hipoclorito de sodio e de calcio. Outros agentes desinfestantes usados incluem o cloreto de mercurio, o acido cloridrico, o cloreto de benzalconio e o peroxido de hidrogenio. As concentracoes das solucoes desinfestantes assim como as combinacoes dos principios ativos desinfestantes e os tempos de exposicao podem variar muito. Considerando a sensibilidade do tecido a ser desinfestado, manipula-se a concentracao da solucao e tempo de exposicao de maneira inversamente proporcional (Grattapaglia & Machado, 1998). A retirada do explante e manipulacao no momento da desinfeccao podem causar danos fisicos culminando numa maior oxidacao de fenois no estabelecimento inicial deste, tendo como consequencia principal a morte do explante. A liberacao de compostos fenolicos ocorre devido ao dano causado nas celulas durante a excisao dos explantes e algumas enzimas, como as polifenoloxidases, oxidam os fenois, que sao compostos incolores, formando quinonas (Lerch, 1981; Barbosa, 2000). Algumas medidas podem ser tomadas a fim de reduzir a acao de fenois. Teixeira (2004) relata que durante a excisao e esterilizacao, deve-se tomar os devidos cuidados para que os danos fisicos e quimicos ao explante sejam minimizados. A lavagem dos explantes coletados antes da desinfeccao auxilia na lixiviacao dos compostos fenolicos (Grattapaglia & Machado, 1998). Algumas substâncias com acao antioxidante podem ser utilizadas apos a desinfeccao na forma de um ultimo enxague mais demorado, ou fazendo o trabalho de isolamento de explantes dentro de uma placa de petri contendo a solucao (Grattapaglia & Machado, 1998). Outra medida seria a adicao destas substâncias ao meio de cultivo. O efeito do antioxidante consiste na inativacao dos radicais livres, na complexacao de ions metabolicos ou na reducao dos peroxidos para produtos incapazes de formar radicais livres com potencial de se oxidar (Araujo, 1995). Dentre as substâncias com efeito antioxidante, pode-se citar o acido ascorbico, acido citrico, polivinilpirrolidona (PVP), carvao ativado, Lcisteina, ditiotreitol, tiureia, agua de coco e albumina de soro bovino. Estas substâncias podem atuar de modo a inibir a sintese ou a acao de enzimas ligadas a oxidacao dos polifenois ou agir como adsorventes destas substâncias. Os acidos citrico e ascorbico reagem com os metais presentes no meio de cultura, evitando que os mesmos fiquem disponiveis para se oxidarem (Araujo, 1995; Taiz e Zeiger, 1999).

Referência(s)
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