Artigo Acesso aberto Revisado por pares

A morte e o “eu”: poesia e outras artes no último Herberto Helder

2019; UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE; Volume: 11; Issue: 22 Linguagem: Português

10.22409/abriluff.v11i22.29982

ISSN

1984-2090

Autores

Fernando Velasco,

Tópico(s)

Brazilian cultural history and politics

Resumo

Os últimos livros de Herberto Helder contêm inflexões significativas em relação ao conjunto de sua obra. No cerne das mudanças, está a renovação das formas de uma noção desde sempre central para a escrita do poeta: a de morte. O último Herberto Helder, então, se abre ao convívio entre diferentes ideias de morte, às quais correspondem diferentes regimes da poesia. Neste sentido, a interação entre diferentes regimes da morte afeta, por um lado, os regimes da autoria, as concepções do “eu” e o pacto de leitura propostos pelo poema e, por outro, as relações que a escrita mantém com duas noções que a estruturam: as de tempo e de imagem. O conceito de “estilo tardio”, desenvolvido por Theodor Adorno e, depois, por Edward Said, se oferece como instrumento de análise das articulações entre morte, tempo e imagem nos momentos finais da poesia de Herberto Helder, interrogadas a partir das relações que estabelece ou permite estabelecer com a música, o cinema e a fotografia.

Referência(s)