Artigo Acesso aberto Produção Nacional

A escrita camp de uma narradora trans no romance "Do fundo do poço se vê a lua", de Joca Reiners Terron

2018; UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA; Volume: 35; Linguagem: Português

10.5433/1678-2054.2018v35p70

ISSN

1678-2054

Autores

Lílian Reichert Coelho,

Tópico(s)

Linguistics and Education Research

Resumo

Apresenta um exercício de leitura do romance brasileiro contemporâneo Do fundo do poço se vê a lua (2010), do escritor Joca Reiners Terron, a partir do problema configurado pela instalação de uma ambiência camp pela narradora-protagonista, uma transexual que sonha ser a Cleópatra de Elizabeth Taylor. A hipótese-guia reside na concepção de que, pelo recurso à estética camp, Terron reafirma algumas teses sobre o trabalho do escritor no cenário contemporâneo, o futuro da literatura e a relação com a instância leitora. Do ponto de vista teórico, foram acionadas referências interdisciplinares, tanto da crítica literária quanto da antropologia, da sociologia e da comunicação. Metodologicamente, a opção foi a crítica textual (Bergez 2006). Como resultados, concluímos que o romance foi construído pela categoria camp em associação com outras estéticas, como o kitsch, a paródia, o pastiche, o fake, sempre à luz do artifício, a fim de cumprir o objetivo de Terron, que é questionar o lugar do escritor e da literatura na relação entre estética, enredo e mercado.

Referência(s)