Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Efeitos da duração do vozeamento da fricativa [z] na identificação por brasileiros, de pares mínimos produzidos por hispânicos. Insumos para a discussão sobre inteligibilidade de fala estrangeira

2019; University of Minho; Volume: 32; Issue: 2 Linguagem: Português

10.21814/diacritica.449

ISSN

2183-9174

Autores

Ubiratã Kickhöfel Alves, Luciene Bassols Brisolara, Leonardo Cláudio da Rosa, Ana Carolina Signor Buske,

Tópico(s)

Linguistic Studies and Language Acquisition

Resumo

Este trabalho propõe verificar os efeitos do grau de vozeamento da fricativa [z] produzida por falantes hispânicos para o estabelecimento da distinção entre as categorias ‘surdo’ e ‘sonoro’ por parte de ouvintes brasileiros. Para a realização do estudo, coletaram-se dados de fala de seis hispânicos que residiam no Brasil há, nomáximo, doze meses. A partir das gravações e das manipulações de diferentes graus de vozeamento (referentes a 0%, 25%, 50% 75% e 100% da duração total da fricativa), foi elaborada uma tarefa de identificação no Software TP (Rauberet al. 2012), que foi aplicada a 35 estudantes universitários brasileiros. Os resultados do experimento indicaram que a atribuição do status sonoro da fricativa prescinde de uma vibração de pregas vocais que se estenda ao longo de toda a consoante. Além disso, foi possível observar que o padrão 25% de porção de vozeamento é mais dificultoso para a identificação dos aprendizes brasileiros. A análise de resultados inferenciais e descritivos individuais permitiu mostrar que não podemos considerar tal padrão como plenamente equivalente a não vozeamento, e que a transição entre as categorias ‘surda’ e ‘sonora’ varia entre os ouvintes, sem haver um ponto “limiar” comum a todos os participantes.

Referência(s)