
Contribuições para uma genealogia da pena de morte: desnudando a “índole pacífica” do povo brasileiro
2019; Revista Brasileira de História & Ciências Sociais (RBHCS); Volume: 11; Issue: 21 Linguagem: Português
10.14295/rbhcs.v11i21.525
ISSN2175-3423
AutoresFernando Salla, Alessandra Teixeira, Maria Gabriela S. M. C. Marinho,
Tópico(s)Criminal Justice and Corrections Analysis
ResumoO artigo propõe uma genealogia das disputas em torno da pena de morte no Brasil, apresentando os discursos que nortearam o debate, os instrumentos legais que estipularam essa pena e as práticas extralegais que indiretamente a promoveram. Apontamos três níveis de previsão para sua aplicação: aos crimes militares; à dissidência política e à criminalidade comum. Identificamos a legislação adotada e os debates travados entre os anos 1920 e 1950, sendo a década de 50 decisiva para que o discurso da pena de morte passasse a ser mobilizado como principal recurso à contenção da criminalidade comum. Contrariando a retórica da “índole pacífica” do povo brasileiro, demonstramos que a aparente rejeição à inserção da pena de morte no ordenamento jurídico é contraposta pelo apoio popular às formas de justiçamento que, a partir dos anos 50, se cristalizarão em práticas rotineiras de execuções sumárias de suspeitos, esquadrões da morte e na violência policial de um modo geral, esvaziando o debate em torno de sua previsão legal.
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