Artigo Acesso aberto Revisado por pares

Engajados post-mortem: os translados dos marinheiros mortos pelos torpedeamentos durante a Segunda Guerra Mundial

2019; Volume: 1; Issue: 2 Linguagem: Português

10.17648/2596-0334-v1i2-1247

ISSN

2674-7332

Autores

Adriane Piovezan,

Tópico(s)

Brazilian cultural history and politics

Resumo

Em 1960 é inaugurado no Rio de Janeiro o Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial. A comissão de repatriamento dos mortos desde 1953 buscava decidir o destino final dos restos mortais dos soldados caídos na Itália durante o conflito. A partir da construção de um monumento específico, a necessidade de privilegiar outras forças além da FEB (Força Expedicionária Brasileira) se torna essencial. O discurso de unidade nacional contra o inimigo comum numa guerra total pretendia que todas as forças fossem rememoradas no monumento. A Marinha de Guerra foi a arma que contabilizou as maiores perdas no conflito, mas sem enfrentamento direto e sem cadáveres a homenagem a esses mortos seria desproporcional na narrativa proposta pelo monumento. A solução foi trasladar 4 cadáveres de mortos representantes da Marinha do Brasil do Nordeste para o Rio de Janeiro. Com base na documentação de exumação dos cadáveres e de periódicos do período é possível perceber os conflitos dessa resolução que pretendia justificar um discurso e inseri-lo na narrativa de um monumento funerário.

Referência(s)