Artigo Acesso aberto Revisado por pares

Luso(A)fonias. Memórias cruzadas sobre o colonialismo português

2019; Editora da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (EDIPUCRS); Volume: 45; Issue: 2 Linguagem: Português

10.15448/1980-864x.2019.2.32857

ISSN

1980-864X

Autores

Rosa Cabecinhas,

Tópico(s)

Urban and sociocultural dynamics

Resumo

Neste artigo revisitamos um conjunto de estudos sobre as representações sociais da história nacional realizados junto de jovens em Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e Timor-Leste. Em cada um desses países foram recolhidos dados com vista a examinar as representações sociais da história nacional e as emoções associadas aos acontecimentos considerados mais marcantes, entre os quais se destacaram os referentes ao processo de colonização e as guerras de libertação. Os resultados apontam para ambiguidades, ambivalências e contradições nas representações sociais da história que “liga” os países de língua oficial portuguesa. De um modo geral, observa-se um “desencontro” das memórias sobre o passado colonial. Esse desencontro das memórias sobre o “passado comum” é particularmente evidente quando comparamos as memórias históricas de jovens angolanos e de jovens portugueses: enquanto os participantes portugueses destacam os descobrimentos os participantes angolanos destacam a escravatura, o tráfico de escravos e os massacres. Tomando de empréstimo a expressão de Mia Couto (2009), globalmente os resultados espelham Luso(A)fonias e demonstram o quão desafiante é a escuta ativa de outras fonias.

Referência(s)