
Avanços na assistência ao parto no Brasil: resultados preliminares de dois estudos avaliativos
2019; Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz; Volume: 35; Issue: 7 Linguagem: Português
10.1590/0102-311x00223018
ISSN1678-4464
AutoresMaría do Carmo Leal, Sônia Duarte de Azevedo Bittencourt, Ana Paula Esteves Pereira, Bárbara Vasques da Silva Ayres, Luiza Beatriz Ribeiro Acioli de Araújo Silva, Érika Bárbara Abreu Fonseca Thomaz, Zeni Carvalho Lamy, Marcos Nakamura‐Pereira, Jacqueline Alves Torres, Silvana Granado Nogueira da Gama, Rosa Maria Soares Madeira Domingues, Maria Esther de Albuquerque Vilela,
Tópico(s)Maternal and Neonatal Healthcare
ResumoResumo: Este artigo tem como objetivo descrever os primeiros resultados de dois estudos avaliativos, um sobre a Rede Cegonha e outro sobre o projeto Parto Adequado, denominados, respectivamente, de avaliação da Rede Cegonha e Nascer Saudável, e identificar possíveis melhorias em comparação ao estudo Nascer no Brasil. Ambos os estudos têm desenho seccional, realizados em 2017. O estudo avaliação da Rede Cegonha incluiu todas as 606 maternidades públicas e mistas envolvidas na Rede Cegonha e um total de 10.675 puérperas. O estudo Nascer Saudável incluiu uma amostra de conveniência de 12 hospitais da rede privada e um total de 4.798 mulheres. Os indicadores de atenção ao parto e nascimento avaliados foram: presença de acompanhante, atendimento por enfermeira obstétrica, preenchimento de partograma, uso de métodos não farmacológicos, deambulação, alimentação, uso de cateter venoso periférico, analgesia, posição da mulher para o parto, episiotomia e manobra de Kristeler. Esses indicadores foram comparados aos encontrados no Nascer no Brasil, estudo de base nacional realizado em 2011-2012, antes do início dos dois programas de intervenção. Para as comparações utilizamos o teste do qui-quadrado para amostras independentes e nível de 95% de confiança. Houve um aumento significativo do número de mulheres com acesso à tecnologia apropriada ao parto entre os anos de 2011 e 2017 e redução de práticas consideradas prejudiciais. No setor privado, observou-se também redução nas taxas de cesariana e aumento da idade gestacional ao nascer. Os resultados deste estudo mostram que políticas públicas bem conduzidas podem mudar o cenário da atenção ao parto e nascimento, promovendo a redução de desfechos maternos e neonatais negativos.
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