Artigo Acesso aberto Produção Nacional

A loucura e as pedras na literatura de Drummond

2019; PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS; Issue: 34 Linguagem: Português

10.5752/p.2358-3231.2019n34p36-42

ISSN

2358-3231

Autores

Cristina Maria de Oliveira,

Tópico(s)

Linguistics and Education Research

Resumo

A sociedade, em várias épocas, segregou a loucura nos espaços sociais como na rua, no internamento, nas prisões ou na própria casa do sujeito. Para Foucault (1978) a loucura foi e continua sendo objeto de um olhar que torna invisível as diferenças, com intolerância e medo. São no espaço e no tempo da cidade que os sujeitos se encontram e desencontram, desenvolvendo seus vínculos ou os desatando com seus desejos, afetos, conflitos. A loucura pode ser representada na literatura que absorve o imaginário do escritor para enunciar cenas que refletem o cotidiano, abordam a realidade e constroem outra realidade repleta do imaginário e que trazem para o leitor as infinitas possibilidades de resolver as tensões do texto. Esse artigo apresenta como objetivo analisar o conto, de Carlos Drummond de Andrade, “A Doida”, que está inserido no livro Contos de Aprendiz (1951), trazendo o olhar infantil para a percepção da loucura que se desloca da agressão à louca, quando os meninos atiram pedras contra ela, para a solidariedade e sensibilidade humanas, representadas por um dos meninos, quando ele descobre que a louca é uma velha, uma mulher, que merece ser cuidada no seu leito de morte.

Referência(s)