Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Os negros d’água do rio Ribeira de Iguape: mito e história numa narrativa elaborada por comunidades negras do Vale do Ribeira

2019; National History Association; Volume: 39; Issue: 81 Linguagem: Português

10.1590/1806-93472019v39n81-04

ISSN

1806-9347

Autores

Gabriela Segarra Martins Paes,

Tópico(s)

African history and culture studies

Resumo

RESUMO Este artigo aborda a importância das águas do rio Ribeira de Iguape para a história do Vale do Ribeira. Suas águas foram exploradas desde o século XVI, quando da sua foz partiam expedições em busca de metais. Posteriormente, metais preciosos foram descobertos no Alto e no Médio Vale, onde se estabeleceram arraiais mineradores. No final do século XVIII, a mineração entrou em decadência e cultivou-se o arroz em escala comercial. A lavoura acompanhava o leito do rio e dos seus afluentes, já que as águas garantiam a fertilidade dos solos, energia para mover engenhos d’água e local de atraque para as canoas. Entre os séculos XVII e XIX, muitos africanos trabalharam nas minas e lavouras do Ribeira. Dentre seus mitos e crenças, destacaremos os negros d’água, analisados na perspectiva atlântica, ou seja, entendendo as formações culturais criadas em solo americano como elaboradas no encontro de povos diversos, postos em contato sob o escravismo e possuidores de diferentes visões de mundo.

Referência(s)