Artigo Acesso aberto

Doença Metabólica Óssea da Prematuridade em Recém-Nascidos de Muito Baixo Peso: Estudo Observacional Retrospetivo

2019; Ordem dos Médicos; Volume: 32; Issue: 7-8 Linguagem: Português

10.20344/amp.10994

ISSN

1646-0758

Autores

Raquel Costa, Catarina Franco, Nádia Santos, Patrícia Maio, Filipa Vieira, Sónia Antunes, Laura Martins, Madalena Tuna,

Tópico(s)

Pancreatitis Pathology and Treatment

Resumo

Introdução: A doença metabólica óssea da prematuridade consiste numa diminuição da matriz óssea, relativamente ao nível esperado para a idade gestacional. O rastreio baseia-se no doseamento sérico da fosfatase alcalina e fósforo. O objetivo deste estudo é avaliar a prevalência da doença metabólica óssea da prematuridade, analisar os aspetos associados a maior risco para esta doença e descrever o crescimento estaturo-ponderal dos recém-nascidos com peso ao nascer inferior a 1500 g, com doença metabólica óssea da prematuridade.Material e Métodos: Estudo multicêntrico, retrospetivo, observacional e descritivo em três unidades de apoio perinatal diferenciado, entre 1 de maio de 2016 e 30 de abril de 2017; foi obtida uma amostra de conveniência de recém-nascidos com muito baixo peso ao nascer. Descrevem-se as variáveis demográficas, clínicas e laboratoriais dos recém-nascidos com e sem doença metabólica óssea da prematuridade.Resultados: Neste estudo foram incluídos 53 recém-nascidos: 30 do sexo masculino, 16 com idade gestacional ≤ 28 semanas. Foram diagnosticados cinco casos de doença metabólica óssea da prematuridade. Neste grupo, a maioria dos doentes era do sexo masculino e apresentavam idade gestacional e peso ao nascer inferior aos do grupo sem doença metabólica óssea da prematuridade. A duração média de nutrição parentérica foi superior nos recém-nascidos com doença metabólica óssea da prematuridade e a relação cálcio/fósforo utilizada foi inferior às recomendações nacionais. A evolução estaturo-ponderal foi semelhante nos recém-nascidos com e sem doença. Nenhum doente com doença metabólica óssea da prematuridade teve intervenção por medicina física e reabilitação.Discussão: A prevalência de doença metabólica óssea da prematuridade foi de 9,43%, valor inferior ao descrito na literatura. Contudo, apenas 50% dos recém-nascidos cumpriram o rastreio de acordo com as recomendações. Os principais fatores de risco identificados estão de acordo com a literatura.Conclusão: A doença metabólica óssea da prematuridade é uma comorbilidade frequente nos recém-nascidos de muito baixo peso, mas encontra-se subdiagnosticada. É fundamental rastrear os recém-nascidos em risco para esta patologia, utilizando marcadores bioquímicos, assim como estruturar intervenções nutricionais e estimulação física para evitar as consequências da doença a curto e longo prazo.

Referência(s)