Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

A generificação da intersetorialidade no Programa Saúde na Escola

2019; Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira; Volume: 100; Issue: 255 Linguagem: Português

10.24109/2176-6681.rbep.100i255.3807

ISSN

2176-6681

Autores

Catharina da Cunha Silveira, Dagmar Estermann Meyer, Jeane Félix,

Tópico(s)

Gender, Sexuality, and Education

Resumo

Este texto, inserido nos estudos de gênero e nos estudos culturais que dialogam com a teorização foucaultiana, utiliza pesquisa documental e análise cultural para escrutinar os modos pelos quais o trabalho intersetorial é definido, descrito e regulado em documentos normativos e materiais didáticos do Programa Saúde na Escola (PSE), a fim de discutir como o gênero atravessa e dimensiona um de seus princípios organizadores – a intersetorialidade. Destaca o que é dito, o que é silenciado, o como se diz e em quais circunstâncias e relações de poder-saber determinadas coisas podem ser enunciadas. Argumenta que, no PSE, noções como “somar esforços”, “unir-se” e “articular-se” são mobilizadas para propor modos de fazer educação e(m) saúde que demandam adaptabilidade, multifuncionalidade, flexibilidade e disposição para assumir trabalho a mais, sem remuneração adicional. Discute que esse processo, nomeado “generificação da intersetorialidade”, é descolado de corpos biológicos sexuados, mas segue (re)constituindo, reiterando e legitimando exercícios profissionais que naturalizam ações, lugares e arranjos institucionais que tomam atributos femininos como recurso funcional às necessidades da intersetorialidade proposta na política estudada.

Referência(s)