Artigo Revisado por pares

Etnopolítica e Estado

2017; UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA; Volume: 42; Issue: 1 Linguagem: Português

ISSN

2357-738X

Autores

Andrey Cordeiro Ferreira,

Tópico(s)

Race, Identity, and Education in Brazil

Resumo

O objetivo deste trabalho e, a partir da apresentacao de algumas reflexoes sobre o movimento indigena no Brasil, especialmente de uma de suas principais organizacoes, a Articulacao dos Povos Indigenas do Brasil (Apib), desenvolver elementos para uma teoria do que podemos chamar de etnopolitica. Propomos que, no processo historico de formacao do movimento indigena, existe uma luta entre duas tendencias contraditorias (uma dialetica que rege a etnopolitica), que se manifesta na experiencia das organizacoes indigenas: a de centralizacao organizacional com centralizacao do poder e a de centralizacao organizacional com descentralizacao de poder. No caso concreto, iremos estudar como a tentativa de estruturacao da Apib no Mato Grosso do Sul se desdobrou num conflito que deu origem a duas organizacoes, o Conselho do Povo Terena (organizacao informal) e a Articulacao dos Povos Indigenas do Pantanal (Arpipan), organizacao formal que deveria ser a secao regional da Apib. Essas duas organizacoes expressam, justamente, essa luta entre formas de centralizacao e descentralizacao do poder, bem como as ambiguidades do processo de organizacao indigena. Esse conflito, interno ao movimento indigena, e na realidade a expressao do conflito entre o que podemos chamar de sistema politico centralizador hierarquico estatal (ou estrutura) e um sistema politico descentralizador insurgente igualitario (ou antiestrutura).

Referência(s)