
Transtorno do espectro autista: uma revisão sistemática sobre aspectos nutricionais e eixo intestino-cérebro
2019; CENTRO UNIVERSITÁRIO FMABC; Volume: 44; Issue: 2 Linguagem: Português
10.7322/abcshs.v44i2.1167
ISSN2357-8114
AutoresMarli do Carmo Cupertino, Michely Baptistele Resende, Isabela de Freitas Veloso, C. A. de Carvalho, Vitor Ferreira Duarte, Guilherme Alves Ramos,
Tópico(s)Autism Spectrum Disorder Research
ResumoO número de indivíduos diagnosticados com o transtorno do espectro autista (TEA) registrou aumento evidente na última década. Os principais sintomas, apresentados pelo portador, são neurológicos e digestórios, estando às intervenções nutricionais dentre as terapêuticas mais promissoras para amenizar a sintomatologia clínica. Assim, objetivou-se revisar sistematicamente os estudos sobre distúrbios alimentares e do trato gastrointestinal apresentado pelo indivíduo portador do TEA, a fim de compreender como o comportamento alimentar influência na etiopatogênese e manifestações clínicas da doença, com foco no eixo intestino-cérebro. Para isso realizou-se uma revisão sistemática, seguindo as diretrizes PRISMA. A partir de uma busca estruturada e abrangente em bases de dados eletrônicas, 23 estudos foram recuperados e incluídos na revisão. Os critérios de inclusão definiam ser artigos originais relacionando o TEA com alterações nutricionais e/ou com o eixo intestino-cérebro. Após análise da composição da microbiota intestinal, os estudos mostraram um quadro de desequilíbrio. Foram encontradas, também, alterações na barreira de muco e permeabilidade intestinal e alterações em proteínas envolvidas na digestão e absorção de alimentos. Dietas restritivas e a modulação da microbiota, com uso de probióticos e de antibióticos específicos, são apresentadas como estratégias terapêuticas adjuvantes promissoras. Conclui-se que o eixo intestino-cérebro está envolvido tanto na etiologia, quanto nas manifestações clínicas do TEA. Porém, não sendo certo se alterações intestinais são causa ou consequência das alterações neurológicas. Até o presente momento, a comunidade científica não tem conclusões suficientes para indicar o uso de dietas restritivas, e uso de probióticos e de antibióticos como terapêutica para o TEA.
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