Artigo Acesso aberto

O FIDEÍSMO MÍSTICO DE DEMEA E SUA CRÍTICA AO ANTROPOMORFISMO NOS DIÁLOGOS DE HUME

2019; Volume: 46; Issue: 145 Linguagem: Português

10.20911/21769389v46n145p157/2019

ISSN

2176-9389

Autores

Marília Côrtes de Ferraz,

Tópico(s)

Linguistics and Language Studies

Resumo

Hume, nos Diálogos sobre a religião natural, faz com que o persona­gem Demea defenda algumas teses que, a meu ver, podem ser formuladas do seguinte modo: i) a assimilação dos tradicionais atributos divinos depende de argumentos místico-religiosos, pois nossa razão, embora seja potente para pro­var a existência de Deus, não tem poderes para nos dizer qual a sua natureza; ii) o antropomorfismo implicado na tese de Cleanthes é inaceitável; e iii) a existência de Deus pode e deve ser demonstrada por um argumento formal ou prova a priori. Pretendo, neste artigo, examinar conjuntamente as duas primei­ras teses, uma vez que as entendo como teses solidárias, isto é, uma implica a outra. Defendo que o fideísmo místico (ou misticismo religioso) de Demea está circunscrito à sua concepção religiosa cristã e que seu compromisso mais forte em sua crítica ao argumento do desígnio é com a teologia racional subjacente à prova da existência de Deus. Para tanto, faço um exame dos argumentos que Demea oferece contra o antropomorfismo implicado no argumento do desígnio e suas relações com aquilo que chamei de fideísmo místico.

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