INTELIGÊNCIA, RAZÃO DE ESTADO E A ARTE DE GOVERNAR RISCO E OPORTUNIDADE NO INÍCIO DO ESTADO EUROPEU MODERNO
2019; PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS; Volume: 4; Issue: 6 Linguagem: Português
10.24861/2526-5180.v4i6.93
ISSN2526-5644
Autores Tópico(s)History and Politics in Latin America
ResumoBaseando-se em material histórico primário e secundário, este artigo explora o papel da inteligência no início do governo moderno. Foca-se nos desenvolvimentos da Inglaterra no século XVII e início do século XVIII, em um momento genealógico específico do local na história mais ampla do poder e conhecimento do Estado. Seguindo a tendência do trabalho foucaultiano em negligenciar a governança pré-século XVIII, a análise revela um conjunto de processos interrelacionados que deram origem a uma inovação técnica para prever riscos e oportunidades para o Estado. No cruzamento da raison d'Etat, a arte de governar em evolução, rotinas de sigilo generalizadas e uma pós-Westfália no domínio da concorrência e do intercâmbio europeus, a inteligência foi concebida como uma solução fundamental aos problemas simultâneos de assegurar a paz e a estabilidade, ao mesmo tempo que melhoram as forças estatais. Nos escritórios administrativos da Secretaria de Estado inglesa, uma assembleia de procedimentos interrelacionados buscava produzir e manipular informações de maneira que fossem expostos ambos os riscos possíveis para o Estado e para as potenciais oportunidades de expansão e ganho. Como isso sugere, a arte da inteligência desempenhou um papel importante, ainda que não reconhecido, na formação e crescimento no início do Estado moderno. Garantindo vantagem estratégica sobre os rivais, a inteligência também limitou a capacidade dos vizinhos da Inglaterra de dominar o comércio, controlar os mares, dominar as colônias, funcionando como uma característica constitutiva de balanço e equilíbrio europeus. Conforme a análise conclui, entender a inteligência como uma forma de técnica - uma maneira de fazer algo - revela uma forma inteiramente nova de pensar e investigar suas inúmeras formações (históricas e contemporâneas).
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