Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Tengo miedo torero, de Pedro Lemebel: pasodoble e melodrama

2019; UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; Volume: 24; Issue: 29 Linguagem: Português

10.11606/issn.2237-1184.v0i29p141-149

ISSN

2237-1184

Autores

Laura Janina Hosiasson,

Tópico(s)

Latin American Literature Studies

Resumo

Nos anos 80, Pedro Lemebel surgia no Chile como uma extravagância, como uma brincadeira licenciosa e imoral que se deixava abater sobre um meio social, cultural e politicamente estreitado. No espaço minado da ditadura, as performances, os programas de rádio e as crônicas foram as armas com as quais Lemebel exerceu sua política de resistência. Se no deboche dos espetáculos de Las Yeguas del Apocalipse (1987-1993), a denúncia do constrangimento político e sexual se propunha de uma maneira teatralizada, na escrita ela irá acolher uma diversidade de perspectivas pelas quais o problema se constrói no cainho de uma revisão histórica. Neste seu único romance, Tengo miedo torero (2001), a ditadura militar é penetrada pelo prisma do olhar periférico e marginal de um velho homossexual travesti. Lemebel convoca o expediente do cancioneiro musical do radinho de pilha da sua infância para combiná-lo acertadamente com o ritmo de melodrama. O resultado aponta para um binarismo antitético, preto no branco.

Referência(s)