
A EDUCAÇÃO E A URGÊNCIA DE “DESBARBARIZAR” O MUNDO
2019; Volume: 17; Issue: 3 Linguagem: Português
10.23925/1809-3876.2019v17i3p1101-1122
ISSN1809-3876
Autores Tópico(s)Critical Theory and Philosophy
ResumoNeste texto, foco as recentes políticas curriculares no Brasil, inserindo-as em um cenário de hegemonia da racionalidade neoliberal. Assumo que tais políticas produziram um discurso de inclusão e justiça social, em diálogo com movimentos internacionais que, no pós-guerra, defenderam uma retórica contra a barbárie. A partir de análises formuladas por Chantal Mouffe, Wendy Brown, Judith Butler, Pierre Dardot e Christian Laval, tento entender o esgotamento ou a emergência de uma nova forma da racionalidade neoliberal. Por um lado, assumo que tal racionalidade não criou as condições materiais para que as promessas do pós-guerra se materializassem, ao contrário ampliou a desigualdade e a oligarquização. Por outro, argumento que, ao desprezar o político, ela apostou na desdemocratização. Combinados, tais movimentos desembocaram na ascensão de governos de direita em diferentes países, inclusive no Brasil. Após essa análise, defendo que uma educação para justiça social – ou para desbarbarizar o mundo – precisa corroer a equação neoliberal, não apenas na resistência às políticas públicas, mas na própria forma como teorizamos o currículo.
Referência(s)