Artigo Acesso aberto Produção Nacional

Evolução laboratorial da colestase multifatorial em pacientes pediátricos

2019; UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; Volume: 98; Issue: 5 Linguagem: Português

10.11606/issn.1679-9836.v98i5p309-314

ISSN

1679-9836

Autores

Lígia Patrícia de Carvalho Batista Éboli, Marianne Fernanda de Melo Duarte, Luciana Maria Marques de Albuquerque, Thaysa Amaral França, Raquel Nogueira, Diego Laurentino Lima,

Tópico(s)

Infant Nutrition and Health

Resumo

Introdução: No fígado imaturo do recém-nascido (RN) a colestase neonatal pode ocorrer em associação a um ou vários fatores de risco, sem patologia subjacente. Esta condição denomina-se colestase neonatal multifatorial transitória. Prematuridade, restrição de crescimento intra-uterino ou situações que levam a maior estresse oxidativo (isquemia, comprometimento hemodinâmico, infecções, intervenções cirúrgicas, pausa alimentar, alimentação parenteral e fármacos) estão relacionadas com sua gênese. Objetivo: Avaliar a evolução da colestase neonatal multifatorial quanto a sua duração, assim como verificar as alterações médias das enzimas hepáticas, aspartato aminotransferase (AST), alanina aminotransferase (ALT), e canaliculares, gamaglutamiltransferase (GGT), e da bilirrubina direta (BD), comparando ainda a duração da colestase nos pacientes que fizeram uso do ácido ursodesoxicólico (UDCA) com o tempo de evolução dos que não o fizeram, no intuito de caracterizar melhor essa condição clínica e de chamar a atenção do profissional de saúde sobre sua natureza transitória, evitando dessa maneira a solicitação de exames mais específicos, onerosos e desnecessários. Método: Estudo transversal, com 32 pacientes de zero a 90 dias que apresentavam colestase neonatal multifatorial, acompanhados no ambulatório de hepatologia pediátrica do IMIP, no período de agosto de 2016 a agosto de 2017. Os dados foram coletados através de consulta ao prontuário. A análise estatística dos dados foi realizada por meio do software “R” v.3.3.1. Resultados: A maioria dos pacientes era do sexo masculino (59,38%). A idade média de início da colestase foi de 35,5 dias, e a de término de 171,3 dias. A média de duração da colestase foi de 135,8 dias. O valor médio da BD do início e término da colestase foi de 6,05 e 0,29 mg/dL, respectivamente. Com relação às enzimas hepáticas e canaliculares, as médias dos valores de AST, ALT e GGT do início foram 194,7, 123,8 e 387,9 U/L, e de término 69,1, 56 e 121,6 U/L, respectivamente. Apenas 11 pacientes fizeram uso do UDCA. O tempo médio de duração da colestase neste grupo foi de 114,1 dias. Aqueles que não usaram o UDCA, 21 pacientes, apresentaram icterícia colestática por um tempo médio de 147,1 dias. Conclusão: Diante dos resultados obtidos com a análise retrospectiva dos pacientes com diagnóstico de colestase multifatorial, chama a atenção a natureza transitória e benigna desta condição clínica, com duração média da colestase em torno de 136 dias de vida e declínio importante dos níveis das enzimas hepáticas e canaliculares após resolução do quadro

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