Artigo Produção Nacional

A TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA NA APS - FORMANDO REDES E PARTILHANDO SABERES

2019; Editora Rede UNIDA; Volume: 6; Issue: 12 Linguagem: Português

ISSN

2358-8306

Autores

Rebecca Barbosa de Decco Monteiro Marinho, Dulcinéia Aparecida Salustiano, Diogo Simões Fonseca, Rita Aparecida Ferreira Pereira,

Tópico(s)

Youth, Drugs, and Violence

Resumo

Introducao: A OMS procura despertar consciencia para a importância dos transtornos mentais e seus custos em termos humanos, sociais e economicos, alem de empenha-se em ajudar a derrubar barreiras, especialmente a estigmatizacao e a insuficiencia dos servicos. O manejo dos transtornos mentais na APS e um passo fundamental que possibilita ao maior numero possivel de pessoas terem acesso. Para que isso aconteca, e preciso que os profissionais da saude recebam treinamento nas aptidoes essenciais. No Brasil em 2006, o Ministerio da Saude implementou a PNPIC no SUS que promove a abertura de possibilidades de acesso a servicos antes restritos a pratica de cunho privado. A Terapia Comunitaria Integrativa (TCI) e uma dessas praticas terapeuticas, que constroem redes sociais solidarias para promocao da vida e mobilizacao dos recursos e competencias dos individuos, familias e comunidades. E desenvolvida em formato de roda, visando trabalhar a horizontalidade e a circularidade, sendo uma ferramenta terapeutica eficiente de inclusao e resgate por proporcionar uma visao e pratica politico-social transformadora. No municipio de Juiz de Fora/MG, a TCI e desenvolvida, tambem, na UBS Milho Branco desde 2016. De forma complementar, a Fisioterapia participa desta atividade como pratica do estagio obrigatorio na APS, compondo a equipe de saude, trabalhando as competencias individuais, valorizando o saber produzido pelas experiencias e vivencias, realizando intervencoes quando necessario. Descricao: A atencao baseada na comunidade tem melhor efeito sobre o resultado e a qualidade da vida das pessoas com transtornos mentais cronicos do que o tratamento institucional. De forma empatica, o grupo se solidariza e se identifica com a fala do outro, compartilha suas estrategias de superacao (problematizacao), atraves de verbalizacao e alteridade curativas. A TCI acolhe usuarios com transtornos psiquicos advindo de uma inquietacao, nao necessariamente de um transtorno mental cronico, com diagnostico medico, acolhendo aqueles com problemas originados de diversos contextos da vida cotidiana do territorio, como por exemplo, a preocupacao com os jovens ociosos da comunidade. Ademais, a roda e um espaco de superacao, de modo que as pessoas possam compartilhar suas conquistas e com isso, prevenir futuros comprometimentos psiquicos. Impactos: Atraves de relatos durante tres anos de intervencao dos individuos que participaram da TCI, os resultados sao positivos em varios aspectos, como o surgimento do olhar diferenciado e vinculo do profissional para com o usuario, relatos de participantes que informaram ter diminuido o uso de medicamentos e adesao dos mesmos na TCI com retornos frequentes. Consideracoes: Os atuais desafios da atencao a saude no Brasil demandam uma profunda reorganizacao das praticas profissionais, devendo se responsabilizar pelo cuidado dos usuarios em seu territorio de abrangencia, assim como no acompanhamento nos outros pontos de atencao, e acolhimento no retorno, com objetivo de produzir a gestao compartilhada da atencao integral em nivel local. Os servicos de base comunitaria podem levar a intervencoes precoces e limitar o estigma associado com o tratamento, ao planejamento das acoes e a programacao dos servicos de saude, que devem se pautar nas necessidades de saude da populacao, contextualizando a realidade da saude mental no municipio.

Referência(s)