Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

O desejo de ilusão e o teatro da memória em Cartas a Lumière (2017)

2019; Brazilian Society of Cinema and Audiovisual Studies; Volume: 8; Issue: 1 Linguagem: Português

10.22475/rebeca.v8n1.572

ISSN

2316-9230

Autores

Antoine D ́Artemare, Pedro Urano,

Tópico(s)

Multimedia Communication and Technology

Resumo

Nesse artigo, partiremos da análise da obra Cartas a Lumière (2017) para mostrar de que forma o filme – através de um dispositivo de realidade virtual imersivo que inclui o corpo do espectador de maneira imediata e interativa – não apenas produz uma nova experiência perceptiva e sensível mas também desloca as noções clássicas de ponto de vista, enquadramento e instância narrativa, apresentando novos caminhos estéticos para o cinema contemporâneo. Buscaremos, no entanto, relativizar o discurso contemporâneo que associa a essa técnica um caráter revolucionário. Para isso, demonstraremos o quanto o dispositivo de realidade virtual se inscreve em uma história mais ampla de dispositivos imersivos e de ilusão que tendem a reduzir a distância crítica entre o espectador e a imagem, dialogando desse modo com dispositivos do passado. Assim, buscaremos oferecer uma compreensão histórica da imersão e da ilusão que nos ajudaria a entender melhor as novas tecnologias contemporâneas. Finalmente, refletiremos sobre possíveis problemas éticos que esse dispositivo, que aprimora de maneira considerável a estética da transparência, pode desencadear em relação ao espectador.

Referência(s)