
"SUJEITO LÍRICO E IRONIA" DE P. HAMON
2019; Volume: 11; Issue: 2 Linguagem: Português
10.18554/ri.v11i2.3468
ISSN1981-0601
AutoresRita Jover-Faleiros, Francine Weiss Ricieri,
Tópico(s)Linguistics and Language Studies
ResumoCentrais ao texto seriam as relações entre um “gênero” (o lírico) e uma postura de enunciação (a ironia). Dificuldades na utilização do termo “sujeito lírico” tornariam necessários alguns deslocamentos: do “sujeito lírico” para “texto lírico”; de “sujeito lírico” para “área actancial lírica” e de “sujeito lírico” para “tema lírico”. Prefere definir o objeto de um ponto de vista semiológico e pragmático, como “texto com efeito de sujeito”. Assim circunscrito, o texto lírico apresentaria três traços intrínsecos. Primeiro, uma dupla nostalgia: de atos de linguagem ligados à oralidade (como a exclamação) e do performativo. Segundo, o texto lírico seria definido por um tipo de hesitação postural, um duplo movimento permanente a conferir-lhe como sua assinatura rítmica invariante um movimento de oscilação entre intimismo, inspiração e recolhimento centrípeto, de uma parte, e dispersão, expiração e efusão centrífugas, de outra. “Sujeito lírico” não seria nem uma essência centralizada, nem uma difração generalizada, mas se constituiria em e por essa oscilação e esta rítmica elementar sempre dual. Terceiro, o texto lírico hesitaria entre dois modelos latentes que também podem se inscrever no texto: o sujeito lírico como câmara de ecos; ou como voz centralizadora.
Referência(s)