Artigo Produção Nacional

As imagens utópicas em Machado de Assis: considerações iniciais

2015; UNIVERSIDADE VALE DO RIO VERDE; Volume: 12; Issue: 1 Linguagem: Português

ISSN

1807-8591

Autores

Cilene Margarete,

Tópico(s)

Literature, Culture, and Aesthetics

Resumo

Este artigo tem por objetivo perseguir o caminho aberto por Massaud Moises no ensaio “Machado de Assis: ficcao e utopia” (1989), no qual o critico examina “a utopia difusa no tecido imaginario” da ficcao machadiana. Machado se vale, por vezes, de algumas imagens recorrentes na tradicao do genero utopico (“ilha”, “cidade”) associadas a ideia de perfeicao e a apresentacao de “novos mundos” – que guarda relacao com os relatos de viagens –, alem de citacoes nominais de utopias classicas como as de Morus e Campanella. Em Machado de Assis, as utopias sao rememoradas ou aludidas justamente para marcar mais prontamente a personalidade ceptica e pessimista do autor, como objeto de negacao e descrenca (quando nao de ridicularizacao), ainda que possam fazer emergir no leitor o desejo de um mundo perfeito. Este estudo introdutorio apresenta quatro contos do autor: “O segredo do bonzo”, “A serenissima republica” (ambos publicados em livro na coletânea Papeis Avulsos, de 1882), “Viver!” (da coletânea de 1896, Varias historias) e “Virginius (narrativa de um advogado)”, pertencente a fase de aprendizagem de Machado, sendo um de seus primeiros contos. As quatro narrativas revelam por meio de suas estruturas, temas e alusoes, aspectos que podem ser relacionados ao genero utopico. PALAVRAS-CHAVE: utopia; viagens; contos; Machado de Assis.

Referência(s)