Artigo Acesso aberto Produção Nacional

A ROUPA DA RUA: PRECONCEITO LINGUÍSTICO EM DISCURSO

2019; UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO; Issue: 17 Linguagem: Português

10.12957/pr.2020.46961

ISSN

2317-2215

Autores

Soraya Maria Romano Pacífico, Michel Luís da Cruz Ramos Leandro,

Tópico(s)

Linguistics and Language Studies

Resumo

Este artigo está fundamentado na Análise do Discurso que tem Michel Pêcheux como seu maior expoente. O trabalho foi construído com o objetivo de interpretar o discurso de sujeitos-alunos do Ensino Médio, de uma escola particular de Ribeirão Preto - SP, sobre preconceito linguístico. Segundo a Análise do Discurso, as condições de produção, que compreendem a relação dos interlocutores sempre afetada pela ideologia, o contexto da enunciação e o contexto sócio-histórico são fundamentais para a construção dos sentidos. Por isso, é importante destacar que os interlocutores, nesse caso, sujeito-professor e sujeitos-alunos discursivizaram sobre língua, linguagem, discurso e preconceito linguístico, dentro e fora da escola, sem que um único sentido sobre a temática fosse imposto. O poder da chamada língua padrão não foi desconsiderado, ao contrário, mesmo estando inseridos na instituição escolar, os sujeitos foram autorizados a criticar as relações desiguais de poder e de saber. Foram lidos vários textos, especialmente, o livro de Marcos Bagno, Preconceito linguístico: o que é, como se faz; documentário, vídeo e palestra sobre língua/linguagem foram assistidos. Após o acesso a esses textos, iniciou-se a coleta de dados e constituição do corpus. Os sujeitos-alunos produziram seminários e realizaram prova escrita acerca da temática. Para este artigo, serão analisados recortes das provas escritas. Os resultados mostram que os sujeitos-alunos (re)conhecem o preconceito linguístico e argumentam contra ele, embora, muitas vezes, eles se filiem à formação discursiva dominante que reforça a legitimidade de uma língua correta. Diante disso, entendemos que as práticas de ensino de língua têm de colocar em funcionamento as variedades linguísticas que a constituem, de modo a desnaturalizar a visão reducionista e preconceituosa de língua ideal, correta, padrão, ou seja, a língua da escola.

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